quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A riqueza da Costa Rica

Adivinhem onde eu estou desde dia 23 (e ficarei até dia 2)? Alguém tem um palpite? Alguém se deu ao trabalho de ler o título do post? Pois bem, estou na Costa Rica! Aquela uma localizada perto do Méximo, na América Central. A que tem o Oceano Atlântico de um lado e, do outro, o Pacífico. Pois é, legal, não?

Os passeios foram (e serão) muitos e, infelizmente, nesse exato momento, não tenho como postar as fotos de todos. Portanto, vou postar o roteiro básico e, conforme tiver as fotos, postarei mas detalhes e impressões.


23/10 - Chegada e ida a Arenal


A viagem, pela Copa Airlines, saindo de São Paulo deu, com escala no Panamá de uns 40 minutos, mais ou menos 10 horas. Com relação ao horário de Brasília, o da Costa Rica é 4 horas a menos, portanto, tendo saído às 6h40 chegamos umas 14h. Alugamos um carro no aeroporto Juán Santamaría (um Toyota compacto da Hertz) e partimos em uma jornada de mais 4h rumo ao Parque Arenal, com ajuda de nosso GPS alugado.
Dica! As estradas Costa
Ricenses são muito tortuosas e sem nenhuma sinalização. Se você não quer se
perder, alugue um GPS como nós ou faça pelo modo antigo: o
mapa.

Algumas paradas depois (uma delas para comer em um restaurantezinho na beira da estrada) e muitos "oh" de surpresa pelo tamanho das planta na estrada, finalmente chegamos ao hotel onde passaríamos uma noite: Volcano Lodge. O hotel é maravilhoso e imenso, com tratamento de luxo, mas, infelizmente é muito caro (para nós). A varanda do nosso quarto dava para o vulcão, imponente em meio à um jardim cuidadosamente cultivado de plantas gigantes. Ao anoitecer, para comemorar a vida, meu pai e irmão correram na chuva até cansar, tomaram banho, jantamos no restaurante e dormimos uma noite tranquila. O outro dia nos reservava um emocionante passeio até perto da grande ferida na terra.


24/10 - Passeio ao Volcan Arenal (manhã) e ida ao Parque Manoel Antônio


Acordamos cedo, empolgados com a expectativa de caminhar em terras vulcânicas. Todos prontos, café tomado, um transporte veio nos buscar. O guia, um estudante de Letras - inglês falou animadamente sobre aquela área, explicando que antes havia uma vila próxima pois, como a última erupção antes da instalação da vila havia sido a muito tempo e, por causa da chuva a vegetação cresce rápido, o vulcão estava coberto com mata, levando-os a crer que era uma montanha. Porém, um belo dia, o vulcão entrou em erupção, devastando toda uma área e levando à morte cerca de oitenta pessoas. Segundo ele, hoje há bem mais estudos sobre vulcões na Costa Rica. Chegou até a nos explicar como foi a formação das 2 crateras que pode-se ver hoje, expelindo gases.

Assim que entramos no parque, descemos do transporte junto com o casal de belgas que nos acompanharia e, após uma parada para mais explicações, iniciamos a trilha, ladeada pelas mesmas plantas enormes, primeiro floresta primária, depois secundária. O clima era úmido e quente, mosquitos voavam por toda parte. A caminhada era agradável, ainda mais pelo simples fato de que tudo era uma novidade e de que a companhia era legal. Quando chegamos ao topo de um monte de pedras, o mais perto do Arenal que podíamos chegar, qualquer possível incômodo foi compensado. Simplesmente maravilhoso imaginar que ali, expelindo fumaça a poucos metros de mim, erguia-se uma chaminé, uma comunicação com o centro da terra, esse núcleo tão misterioso.

Depois de um tempo admirando a mata, o vulcão e, do outro lado, o Lago Arenal, tínhamos que voltar. Trilha re-feita, despedida adequada, arrumamos nossas malas e zarpamos do hotel, decididos a comer algum tipico (o prato tipico da Costa Rica é um casado, ou seja, feijão com arroz, tortillas de milho, salada e alguma carne) na estrada. Após mais umas 4 horas de viagem e estávamos em um hotel no meio da mata, em outro lugar, completamente diferente, para uma nova aventura.


25/10 - Passeio de escuna (manhã) e ida à Terceira Praia ou Praia Pública (tarde)


Após um café miúdo, fomos atrás de algo para fazer, uma vez que o Parque Manoel Antonio, nosso alvo, está fechado todas as segundas. Como parte de muitos passeios disponíveis em uma pasta na recepção, decidimos pelo passeio de escuna, esperançosos para ver baleias (embora a temporada estivesse no seu fim há muito tempo). O passeio, que saía do porto, contornava grande parte da área pertencente ao parque, com direito à uma parada para snorkeling em um mar de fortes correntezas e visibilidade quase nula por conta das chuvas. No final, nem baleias vimos, porém foi muito bom deitar, ver a bela paisagem e simplesmente sentir o balanço do barco. O almoço, servido por ali mesmo, era bem honesto e com direito a um suculento abacaxi de sobremesa.

De tarde, atendendo às vontades de minha mãe, fomos todos à praia, mais precisamente, a terceira praia ou praia pública, uma vez que as outras duas ficam dentro do parque. Comparada às do Brasil, a praia não era lá a coisa mais bonita do mundo, mas serviu para um pouco de diversão familiar. Cansados, voltamos ao hotel e dormimos. No outro dia tínhamos um objetivo fixo: visitar o parque.


26/10 - Visita guiada ao parque Manoel Antônio (manhã) e ida a Heredia


Mais uma manhã se fez. Após o café, fomos à recepção escolher nosso pacote, uma vez que meu pai não iria. Depois de pensar, aceitamos um de duas horas, com direito a guia, por dentro do parque. Um motorista nos pegou no hotel e nos deixou na entrada da reserva, aos cuidados de nosso guia, com uma camiseta de "Intérprete da natureza" e uma espécie de luneta enorme. Logo ao entrarmos iniciou-se a aula de biologia, pontuada a cada bicho que os olhos atentos dele achavam e nós podíamos ver através da luneta. Cabe aqui que eu coloque as fotos, pois, apesar de mais instrutiva que tenha sido a "aula", o que mais enche os olhos e a mente é, de fato, esses pequenos pedaços vivos da natureza.




27/10 - Passeio ao Volcan Poas (manhã)


Do hotel, em Heredia, onde nos hospedamos até a entrada do Parque do Vulcão Poas foram tranquilos 40 minutos em nosso carro alugado. A entrada, como era de se esperar, era mais cara para nós, turistas. Logo nela eu pude avistar as plantas gigantes, no melhor estilo Amazônia, ou então, Jurassic Park. A trilha até o Vulcão em si era bem pequena, pois havíamos subido a maior parte de carro. Ou seja: íamos ver a cratera de cima. Emocionante, não?

Por mais que eu estivesse preparada, ver a cratera em si, tão perto de mim foi uma surpresa. Ela tem um pouco mais que 2.000 metros de diâmetro, com um lago de 400 metros de profundidade e que possui média de 40°C. O 'lago' em si era mais uma água esbraquiçada que liberava enormes rolos de fumaça cheirando a enxofre, um espetáculo. A pergunta inevitável ao se ver isso é: quem foi a bruxa malvada que fez um buraco em uma montanha, bem perto das nuvens, só pra usar como caldeirão gigante? A Maga Patalógika com um desses nem precisaria da moeda de sorte do tio Patinhas!

Depois de um tempo nos inebriando com a beleza da coisa, pegamos uma trilha ligeiramente íngreme. 800 metros depois e nos deparamos com mais uma dessas coisas de cair o queixo: um lago que outrora fora uma outra cratera do Vulcão Poas. Com temperatura média de 13°C, a água da chuva que por estar ali se tornou um tanto ácida não deixa que quase nenhum ser vivo se aventure em suas águas. Mesmo assim, ela tinha um azul bem vívido e, talvez por conta do vento, se movia de forma quase autônoma, como se estivesse vivo. Confesso que eu ia adorar nadar no Lago Boto. Boto porque era o nome de uma tribo de índios que vivia por ali. Ou, segundo meu pai, porque os botos viviam no lago e toda vez que o vulcão ia entrar em erupção, eles saíam voando. Nunca se sabe...


28, 29 e 30/10 - Evento na Universidade Nacional, em Heredia

Bom, nessa parte não há muito o que falar, pois coube aos meus pais. Nos três dias de evento, eu a meu irmão ficamos no hotel Hojarascas, em Heredia, uma cidade adjacente à capital San José. A exceção é o último dia de noite, quando os professores foram para o clube de funcionários da universidade e organizaram uma festa de encerramento com direito a buffet de comidas típicas e banda ao vivo, também típica. Divertidíssimo!

31/10 - Ida ao Tortugueiro (manhã/tarde) e caminhada pelo hotel (tarde)

Não era nem seis da manhã e lá estávamos nós, de pé na frente de um hotel em San Jose, esperando o transporte do hotel que ficaríamos em Tortugueiro nos buscar. O Tortugueiro tem uma coisa bastante... digamos, peculiar. O fato é que ele inteiro é considerado reserva natural que deve ser preservada pois é lá que ocorre o maior número de desovas de tartarugas marinhas. As florestas são intocadas. O único jeito de chegar lá, portanto, é por rio, o que nos obriga a pegar um transporte até o cais e, de lá, um barco até um dos hotéis. Como parte do trajeto terrestre (e do pacote), paramos em um restaurante com direito a borboletário nos fundos. Muitas borboletas, muitas! Aí, à direita, está uma das que mais me encantou.
O café da manhã foi tranquilo e prosseguimos viagem - que, de tempos em tempos, era recheada com o guia nos brindando com explicações sobre a história do país e sua constituição. Uma vez no barco, chegamos com relativa rapidez no hotel, onde nos dirigimos para o nosso chalé. Depois da janta, havia programada uma 'visita guiada' pelos domínios do hotel, com parada entre as plantas para exposições sobre as mesmas (devo reconhecer que essa parte foi sem graça, uma vez que aqui, no Brasil, também temos plantas tropicais. Por exemplo, uma das coisas apresentadas como 'diferencial' foi uma mangueira) e, ao fim, uma caça divertida à ranita de ojos rojos ou, rã de olhos vermelhos.


01/11 - Passeio de barco (manhã), mais passeio de barco e visita à vila de Tortugueiro (tarde)

A manhã estava chuvosa - e quando se diz chuvosa, pense em chuvas tropicais: terríveis. Tão chuvosa que nos obrigou a sair do hotel infinitamente mais tarde para nosso passeio de barco. Mesmo assim, parece que a chuva doou a natureza de um novo ânimo, de modo que vimos muuuitos e muito animais. Em compensação, a chuva deve ter feito meu pai se sentir entediado de modo que, tendo ficado com a câmera para tirar foto dos bichos, ele não tirou NENHUMA, mas sim foto de pés, mãos e outras coisas pouco usuais. Portanto, infelizmente, não vou poder mostrar o explendor e a variedade do que vimos, cabe à vocês imaginar.


Depois do almoço, partimos novamente rumo à vila de Tortugueiro, uma pequena vila com muitas lojinhas de "souvenires regionais". Durante a tarde, mais um passeio de barco, não tão cheio de animais pois essa não era mais nossa prioridade, mas de mesma forma relaxante.

02/11 - Ida a San José e Visita ao Museu do Ouro (tarde)

Nos despedimos do Tortugueiro bem cedo pois seria longa e viagem de volta. Mesmo assim, ao chegar em San José, não nos contentamos em apenas descansar, tínhamos que ver alguma coisa da capital. Iniciamos uma caminhada e acabamos descobrindo o Museu do Ouro, com uma miríade de peças de ouro maias e incas. Depois, visitamos uma igreja simples e sem muitos atrativos e por fim, derrotados pela chuva e pelo saber de que no dia seguinte nos levantaríamos de madrugada para voltar para o Brasil, voltamos para o hotel e dormimos, embalados por doces sonhos que nada mais eram que lembranças dessa fantástica viagem.