segunda-feira, 16 de maio de 2011

Twinkle twinkle little star...

( Fonte: We Heart It )

Eu sempre gostei de olhar para cima. Assim, descobri grandes pores-do-sol, grandes abóbadas decoradas, grandes luas brilhantes, grandes homens, belas estrelas. Também sempre gostei de simplesmente olhar. Olhar sempre me faz conhecer novas coisas, me desobriga de pensar por alguns instantes e faz com que eu possa me render apenas às sensações.
Foi assim que eu encontrei uma estrela, a mais brilhante e sorridente. Em minha mania de apreciar o mundo, ousei me aproximar, sentir seu calor. Ah, como era bela! Sentia-me como se a conhecesse há trilhões de anos, desde a origem da Terra, como se ela tivesse sido feita para ser descoberta e eu para descobri-la.
Aos poucos, descobri também algumas reentrâncias, manchas obscuras na superfície brilhante. A obrigação de reiluminar esses pontos de escuro urgiam em meu íntimo, mas a cada vez que esticava a mão, na urgência de tocá-la, parecia-me que o céu estava mais longe. Engolindo meu desapontamento, seguia minha vida contentando-me com, de quando em quando, banhar-me na luz daquela estrela, sentir o carinho dos raios que me tocavam.
O tempo foi passando desta forma. A estrela – todos diziam – era minha amante. Porém, os caprichos de algum vento ferino trouxeram uma nuvem. Nuvem dessas, cinzenta, opaca, sem nada especial. Dessas que você nem chega a se preocupar, pois sabe que nem em chuva ela é capaz de se metamorfosear. Eu estava enganada. De alguma forma, a brilhante estrela encontrou alguma coisa naquela nuvem e fez com que ela ficasse ali por mais tempo. Talvez, fosse só o reflexo de sua própria luz, talvez uma vontade estranha vontade de desaparecer. O fato é que ela ficou lá. Cobrindo minha visão.
Passei a olhar outras coisas. Que seria eu de minha mania de conhecer se sempre me detivesse a apenas uma delas? Mesmo assim, no canto dos olhos, continuava vigiando aquela estrela. Via gradualmente sua luz desaparecer. O céu me parecia cada vez mais distante. Eu esticava minhas mãos, erguia-me sobre as pontas dos pés, gritava por seu nome. Queria apenas que ela me ouvisse. Que ela me contasse os seus segredos. Grande ambição de uma pequena garota. Mas estrelas não se apagam, apagam?

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