quarta-feira, 1 de setembro de 2010

{Histórias} Dreams - Nona noite

Eu sei que por trás desses olhos fugidios, arde o mesmo fogo que há em mim

- Vem, vem, vem! Aproveita agora!

Ela o arrastava pela mão, enveredando-se pelas barracas. A hora era aquela, deveriam aproveitar enquanto suas amigas brigavam. Eles entraram em uma simpática e estreita ruazinha. O rapaz encostou-se na parede, os olhos de um verde intenso fazendo um tímido convite. Ela sorriu, lambendo os próprios lábios. Depois beijou-o. Os dois ardiam em paixão e urgência, era apenas questão de tempo até as meninas notarem suas faltas. Logo as vozes começaram a soar, cada vez mais perto.

- Rosa!

- Tim!

- Onde vocês se enfiaram?!

Os dois corpos se separaram, ligados apenas pelas mãos. Eles prosseguiram na ruazinha, virando duas outras até estarem de volta na rua principal. O tempo de se instalarem - cada um em uma barraca - fora o tempo das amigas os notarem.

- Nossa, onde vocês tavam?

Rosa fingiu espanto: - Ué, eu tava aqui. A culpa não é minha se você não viu.

A amiga ergueu as sobrancelhas, duvidando. Não se lembrava de ter visto eles ali. Se fosse se recordar, eles haviam sumido a tarde inteira. Tinha uma teoria. E para comprová-la, tinha um plano.

A briga entre as meninas começou novamente. O olhar de Tim e Rosa se cruzaram de modo automático. Eles se deram as mãos, procurando um novo lugar. Avançaram. Foi quando algumas outras mãos os seguraram.

- Onde pensam que vão?

O sorriso satisfeito no rosto da menina não fazia questão de se esconder. Mas Rosa sabia que uma profunda frustração se escondia no íntimo da amiga, pois ela considerava Tim como seu achado. A realidade era diferente. Rosa o vira primeiro, se aproximara primeiro. Sua amiga gostava apenas de seus olhos, enquanto ela o amava por completo. Sua amiga não falava se não de outro, ela tinha a mente voltada a ele. Decidiu-se. Uma decisão difícil, mas acreditava que era a certa. Segurou firme a mão dele, seus olhos passeando pelos olhos das amigas.

- Oh bem, confesso. Eu o amo. Quero a cada célula do seu corpo. Isso era para ser um encontro, mas vocês insistiram em vir. Sinceramente? Não nos incomodem. Estamos juntos. Tchau.

Virou-se de costas. Beijou-o demoradamente, sem pressa, curtindo seu calor e seu corpo. Depois se deram as mãos e sumiram em meio às barracas. Para que fugir dos outros se tinham os apoios de si mesmos? Pare eles, bastava apenas o amor.

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